Poéticas ancestrais da dança para um corpo em devir-mulher

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47965/fermen.17.1.5

Palavras-chave:

ancestralidade, corpo, danças circulares sagradas, devir-mulher, diferença

Resumo

Trazemos abaixo reverberações de uma oficina realizada no projeto de extensão intitulado: nome ocultado, proposto pelo Grupo de pesquisa, nome ocultado, formado por professores ligados a dança, performance, arte e filosofia. Esse grupo vivendo o contexto de pandemia, resolveu criar um projeto que viesse a ativar conceitos deleuzianos e guattarianos, que vinham sendo estudados e experimentados nas escritas de teses e dissertações. Cansados da rotina das análises textuais e dos debates epistêmicos e contra epistêmicos; obrigados a conviver enquanto grupo em meio remoto, esse coletivo passa a se perceber como ausente ao próprio corpo. O covid-19 impôs distância, ausência, impossibilitou viver um corpo comum. Corpos são intensidades e multiplicidades, percepções do vivido em movimento. A pandemia impôs perdas, restrições e o governo brasileiro em seus delírios contra a vida e a ciência, nos impôs planos oscilante, o corpo sofrendo, esquecido. Confinados a estudar e escrever por meio de redes, próximo a notícias tristes, foi cenário para ativar um projeto de extensão que ousou criar 5 oficinas para fins de sensibilizar um corpo intensivo. Tratamos nesse artigo dos ecos e repercussões que a 2ª oficina prática nos fez viver como temática, quando trouxe as Danças Circulares Sagradas como meio potencializador de uma ancestralidade feminina. Dialogando com as formas de interação das mulheres na contemporaneidade, enfatizando práticas e movimentos ritualísticos ritmados por antecessoras que tem subvertido a anunciação de corporeidades dançantes fora da ordem binária, patriarcal e heteronormativa.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Claudia Madruga Cunha, Universidade Federal do Paraná

 

Licenciada em Filosofia (UFPEL); Mestre Filosofia (PUCRS); Doutora em Educação (UFRGS); Pós- Doutora em Educação (UP/Porto;Portugal),

Atua no Curso Bacharelado em Produção Cultural do Departamento de Artes do Setor de Comunicação e Design/SACOD da Universidade Federal do Paraná/UFPR e no Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado e Doutorado - PPGE da UFPR.

Linha Licores: Linguagem, corpo e estética e no Pós-graduação Mestrado Profissinal: Teoria e Prática de Ensino. 

Grupos de pesquisa: _ Rizoma - Laborátório de Pesquisa em Filosofia da Diferença e Arte Educação

_Escrileituras da Diferença em Filosofia-Educação;

_Labelite: Laboratório de estudos em educação, linguagem e teatralidades

 

Referências

Butler, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 10. ed. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.

Carneiro, A. S. Deleuze & Guattari: uma ética dos devires. 2013. 116 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Toledo, 2013. Disponível em: http://tede.unioeste.br/handle/tede/2046#preview-link0. Acesso em: 22 dez. 2021.

Colling, A. M. Tempos diferentes, discursos iguais: a construção do corpo feminino na história. Dourados: Ed. UFGD, 2014. p. 12.

Deleuze, G. Conversações. São Paulo: Editora 34, 2013.

Deleuze, G y Guattari, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Trad. de Ana Lúcia de Oliveira, Aurélio Guerra Neto e Célia Pinto Costa. São Paulo: Editora 34, v. 1, 1995.

Deleuze, G y Guattari, F.Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Trad. de Aurélio

Guerra Neto, A L, Lúcia Cláudia Leão e Suely Rolnick. 2.ed. São Paulo: Editora 34, v. 3, 1996.

Deleuze, G y Guattari, F. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia, vol. 4. Tradução de Suely Rolnik. – São Paulo: Editora 34, 1997.

Deleuze, G y Guattari, F. O que é a filosofia? Tradução de Bento Prado Jr. E Alberto Alonso Muños. 3. ed. São Paulo: Editora 34, 2010.

Delumeau, J. História do medo no ocidente 1300-1800: uma cidade sitiada. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. p. 462.

D’euabonne, F. Le Feminisme ou la mort. Paris: P. Horay,1974.

Eisler, R. O cálice e a espada: nossa história, nosso futuro. Tradução de Terezinha Santos. Rio de Janeiro: Imago, 1989. p. 33.

Eliade, M. O sagrado e o profano. São Paulo: Martins Fontes, 1992. p. 63.

Faur, M. Círculos sagrados para mulheres contemporâneas. São Paulo: Pensamento, 2011.

Franco, N y Ferreira, N. C. Evolução da dança no contexto histórico: aproximações iniciais com o tema. Repertório, Salvador, n. 26, p. 266–272, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/revteatro/article/view/17476. Acesso em: 21 dez. 2021.

Gallo, S. Deleuze e a Educação. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017. p. 62.

Gane, N. y ; Haraway, D. Se nós nunca fomos humanos, o que fazer? Ponto Urbe, São Paulo, n. 6, p. 1-18, 2009. Disponível em: https://journals.openedition.org/pontourbe/1635. Acesso em: 06 fev. 2022.

Jung, C. G. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2000.

Marques, A y Greiner, C. A Invenção de Territorialidades Subversivas a partir das Performances Feministas de Tania Bruguera, Martha Araújo e do coletivo Polvo de Gallina Negra. Urdimento, Florianópolis, v. 2, n. 38, 2020. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/urdimento/article/view/18101. Acesso em: 18 dez de 2021.

Maturana, H. Conversas matrísticas e patriarcais. In: MATURANA, Humberto; Verden-Zöller, Gerda. Amar e Brincar -fundamentos esquecidos do humano. 3. ed. São Paulo: Palas Athena Editora, 2011.

Meyer, S. Imagens do feminino e do nacionalismo nas danças solo no Brasil: o bailado de Eros Volúsia e a performance de Luiz de Abreu. Urdimento, Florianópolis, v. 2, n. 21, p. 128-140, 2013. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/urdimento/article/view1414573102212013128. Acesso em: 18 dez. 2021.

Moya, L. F. Danças Circulares Sagradas: a contribuição de Bernhard, Maria Gabriele Wosien e a imagem do corpo-dançante a sobrevivência das danças circulares. 2019. Tese (Doutorado em Ciências da Linguagem) – Universidade do Sul de Santa Catarina, 2019.

Neumann, E. A Grande Mãe: um estudo fenomenológico da constituição feminina do inconsciente. Tradução de Fernando Pedroza de Mattos e Maria Silvia Mourão Neto. São Paulo: Cultrix, 1996.

Rosado, M. J. O impacto do feminismo sobre o estudo das religiões. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 16, p. 79–96, 2016. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8644538. Acesso em: 20 dez. 2021.

Rosário, C.C. Oxum e o feminino sagrado: algumas considerações sobre mito, religião e cultura. In: ENECULT - Encontro de Estudos Multidisciplinares e Cultura, 4., 2008, Salvador. Anais... Salvador: UFBA, 2008. Disponível em: http://www.cult.ufba.br/enecult2008/14412.pdf. Acesso em : 20 dez. 2021.

Arquivos adicionais

Publicado

2023-06-30

Como Citar

Madruga Cunha, C. (2023). Poéticas ancestrais da dança para um corpo em devir-mulher. Revista Fermentario, 17(1), 79–96. https://doi.org/10.47965/fermen.17.1.5